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nasceu em Porto Alegre, em 1977. Graduado em Letras pela ULBRA, foi professor de Literatura e Língua Portuguesa de Ensino Médio. É Mestre em Teoria da Literatura, pela PUCRS, e, atualmente, aluno de Doutorado em Teoria da Literatura, também na PUCRS, onde trabalha com pesquisa em Teorias Literárias Contemporâneas.
Em 2001, criou, junto com Henry Lichtmann, a produtora independente de cinema CONSTRUÇÃO FILMES, dedicada à produção cinematográfica em super-8 (Mágica - 2001, Selvagem - 2001, Diariamente - 2002, Conseqüência - 2002, O causo dos dois guri - 2003 e O beijo - 2004), com títulos premiados no Festival de Gramado, entre outros.
No ano de 2002, foi aluno da Oficina de Criação Literária pelo programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, ministrada pelo escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, participando da antologia de contos OFICINA 30.Em 2004, lançou o livro de contos A mulher que comia dedos pela WS editor, prefaciado por Luiz Antonio de Assis Brasil. Em 2005, publicou Ana Maria não tinha um braço (título mais vendido na Feira do Livro da cidade de São Leopoldo, 2006). Editado pelo Instituto Estadual do Livro-IEL e Caixa RS, Ana Maria foi um dos vencedores do prêmio Coleção 2000/Caixa RS. Em 2007 , pela 7Letras, saiu o UM SETE UM, com favoráveis críticas.


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“Ítalo é dono de uma narrativa precisa. A gente vai lendo, assim, num golpe de vista. Um dos nomes mais instigantes da nova e portentosa safra de escritores do Rio Grande do Sul”.

(Clique acima e confira a entrevista ao Portal Literal do Terra)
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UM SETE UM

Cambada, depois dos dois primeiros livros de contos, segue uma mostra de UM SETE UM, meu primeiro romance (ou novela, para falar a verdade), pela editora carioca 7 Letras, que teve seu lançamentono dia 21 de novembro, às 19hs, na Livraria Cultura. E dê-lhe que dê-lhe!
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Alguns pontos de venda
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Sinopse: "Dá pra acreditar?" -- o narrador passa pelas mais incríveis peripécias enquanto vai enredando o leitor numa teia de verdades e mentiras. Assassino, traficante, pirata, nosso anti-herói derruba as fronteiras do fato e da ficção na busca de uma identidade. O escritor gaúcho Ítalo Ogliari é uma das maiores revelações da ficção brasileira atual, que a 7Letras tem orgulho de apresentar em sua Coleção Rocinante.
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Sinopse II: Com quase trinta anos de idade, o protagonista de UM SETE UM, crescido na periferia da Zona Sul de Porto Alegre, senta-se ao lado de um mendigo, na Avenida Assis Brasil, para contar sua vida, tratando esse homem como seu suposto pai, que teria saído de casa no dia de seu nascimento e nunca mais voltado. Narrado de forma surpreendente e original, em que sonhos, violência, malandragem e ingenuidade se misturam, o leitor é posto em xeque, constantemente, sobre a veracidade dos fatos.

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Trechos: "Os dois se pegaram feio e eu não tive coragem de sair. Fiquei com medo de deixar a mãe sozinha e aquele filho-da-puta fazer alguma coisa com ela. Sentei na minha cama e grudei o ouvido na parede de madeira que dava pra lá. A casa era de material, mas tinha umas divisão de madeira. Ouvi ele acusando minha mãe de não tá em casa quando ele apareceu e queria que ela contasse onde tinha se metido. Depois ele chamou ela de puta e ela não aceitou. Mandou ele embora. Foi empurrando ele até a porta, e foi então que ele sentou a mão. Bateu mesmo. Umas duas ou três porradas afú, e ainda teve a cara-de-pau de tirar um ronco na cama dela. Foi aí que eu desci pro jogo. Mas não joguei bosta nenhuma."
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"A gente chegou na porta do quarto, que tava fechada. O velho bateu e pediu pra ela abrir, mas ela não abriu. Depois ele se lembrou que ele mesmo tinha trancado pelo lado de fora, pra filha não fugir. Então ele destrancou. Ela tava lá, deitada.
Eu tinha na minha cabeça a Mariana daquele tempo, com uns doze anos, expliquei pro meu pai, e não uma mulher.
A Mariana tava quase uma mulher.
Tava com os cabelos pintado de vermelho, meio encaracolados.
Tinha feito e uma tatuagem na perna esquerda. Um tribal.
Tava magra.
Tava branca e roxa.
Tava morta.
A Mariana tava morta.
Naquele momento, o velho se atirou na cama e abriu o berreiro. Pegou a filha no colo e começou a sacudir a coitada. Naquele momento eu não chorei mais. Meu rosto secou e eu sequei por dentro.
– O que tu queria que eu fizesse mesmo? – perguntei pro velho.
– Que tu matasse aquele traficante filho-da-puta."
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Mais críticas

Ana Maria não tinha um braço

Publicado em 2005, pelo IEL (Instituto Estadual do Livro do RS)
R$, 10,00 + frete
(Clique aqui e compre)
ou passe numa
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Publicado em 2005 como um dos 6 ganhadores do concurso promovido pelo Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul (IEL) para compor a Coleção 2000, Ana Maria não tinha um braço apresesnta-se em três partes - "Aqui começa o livro", "Antes do começo do livro" e "Antes de começar o começo do livro", nesta ordem - a obra traz contos e minicontos cujas histórias retratam a vida ordinária das pessoas, em especial o universo das mulheres.
Revista Arquipélago
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O mais vendido na Feira de São Leo de 2006
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A mulher que comia dedos

Publicado em 2004 (WS editor), R$ 14,00 + frete
ou passe numa

O que mais impressiona, nestas narrativas de Ítalo Ogliari, é a capacidade de tornar estranho o que é trivial: o autor, dotado de sólida escrita, econômica e eficiente, transforma qualquer gesto num episódio em que a própria existência humana é posta em discussão. O bom leitor notará, aqui, algumas lembranças de escritores que previamente trilharam a mesma senda do insólito; nada mais natural, nada mais plausível; afinal, pertencemos, todos nós, a uma história e a uma cultura, e ambas não podem ser negadas. O que, entretanto, distingue Ítalo Ogliari de seus predecessores é um sentido de profunda humanidade, que impregna a narração como uma espécie de mainstream persistente e capaz de tocar o mais gélido leitor.
A estética do grotesco, agora tão estudada por teóricos, é um viés fecundo na literatura ocidental e, ao que parece, todos somos devedores de Edgar Allan Poe. No caso de Ítalo Ogliari, percebe-se um grotesco tocado por uma necessidade de existir, isto é: é um grotesco que sempre estará a serviço de uma idéia, o que elide a circularidade habitual do gênero. São contos que carregam uma outra perspectiva, sempre superadora de si mesma. Nada, aqui, é gratuito, e tudo encontra seu espaço. São contos que podem ser “fortes”, e algum temperamento mais débil terá espaço para o embaraço ou a franca repulsa; que fazer? A vida é feita também desses momentos, e pode ser - como é o caso - matéria de (boa) literatura.
Mas atenção: não são narrativas “fáceis”, daquelas sobre as quais não é preciso refletir muito; são, isto sim, contos em que o leitor é exigido a dar um passo além das meras palavras, pois estas apresentam uma pluralidade semântica que, se instauram um desejável subtexto, dão colorido interpretativo ao narrado. As múltiplas acepções, a propósito, são seu ponto alto, e o leitor deve estar atento a elas.
Por tudo isso, digo que Ítalo Ogliari é um jovem escritor que não rechaça a tradição, mas antes a recupera para, mediante as armas da (pós)modernidade, dar-lhe um sentido que fala aos homens de hoje.
A mulher que comia dedos (ou Contos de estranho I) é um livro que permanece em nossa mente após a leitura, e esse é o melhor indício de que estamos perante um texto superior.

Boa leitura.
Luiz Antonio de Assis Brasil
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Contos ilustrados

É isso aí! Meu primeiro conto ilustrado. Em breve, mais e mais virão.
Clique, amplie a imagem e se divirta!
Desenhos do meu grande amigo Jorge Cabeleira.



Contatos com o desenhista: jorgecabeleira@gmail.com

Contos inéditos

Nesta parte, os contos serão trocados seguidamente
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O tempo e o diabo

Em seu apartamento, Francisco frita dois ovos e esquenta água para o café. O óleo da frigideira borbulhando e um rádio mal sintonizado fundem-se num único ruído, que faz companhia ao homem. Francisco, endividado, não gosta de falar com vizinhos. Mora no número 403. Tem uma entrevista de emprego às 6hs. Não tem dinheiro para o ônibus.
São cinco horas da manhã.
Kátia e Júlia são vizinhas. A primeira mora no 302. A segunda, no 301. Porta em frente de porta. Estão chegando de uma festa. Kátia não quis nada com o cara que tentou beijá-la. Júlia debochou do sujeito, que mandou as duas à merda. Beberam muita tequila. Não conseguem parar de rir. Mas riem baixinho, com a mão na boca para não acordarem os pais. Kátia tem vinte anos. Júlia, vinte e três. Não conseguem nem encontrar as chaves nas bolsas. Kátia olha para Júlia e respira fundo. Júlia não entende.
Em cima da sala de Francisco, no 503, Everton Cavalcante escreve seu primeiro romance. Chama-se O tempo e o diabo. Escrito numa só sentada. Já está ali há quase onze horas. O tempo e o diabo nunca será publicado. Everton inicia o décimo nono capítulo. Acredita ser o último. Tem dezenove anos. Está cansado. Passou a noite em frente àquele computador. Everton ainda não sabe fugir dos clichês. Treme um pouco as mãos e sacode as pernas. Que livro! Que livro!
No apartamento 304, Vladimir ouve o barulho de Kátia e Júlia. Levanta pé-por-pé da cama para não acordar a mulher. Passa pelo quarto do filho de nove anos e fecha a porta. Está somente de cueca. Vladimir, com todo o cuidado, no escuro, espia pelo olho mágico. Elas estão lá. Tenta virar a chave sem ruído. Consegue. Abre apenas uma fresta. Elas estão lá. Ele não sabe qual é a mais linda. Qual ele agarraria primeiro. Se pudesse, pegaria as duas no colo, por baixo das nádegas. Lamberia suas barriguinhas. Beijaria seus pescoços. Vladimir, quase quarenta e cinco, sonha sempre com elas.
Atrás do prédio, Tcharles sobe no poste para roubar fios de cobre. Seu companheiro segura a escada. Não há polícia ali. É bem escuro. Fios de cobre dão uma boa grana no ferro-velho. Tcharles não jantou hoje. Também não foi à escola. Está perdendo tempo, diz a vizinha, amiga da mãe. Já vai fazer dezoito anos. E se continuar assim, acabará na cadeia. Tcharles sabe disso. Mas fazer o quê? Acha que é fácil ver os outros com tênis e coisas da moda e ter de andar chinelão? Tcharles tira um alicate do bolso. É a primeira vez que faz aquilo.
São cinco horas e cinco minutos da manhã.
Kátia, num salto, dá um longo beijo na boca de Júlia.
Vladimir não acredita. Vladimir quase tem um orgasmo.
Tcharles mexe no fio errado.
Tudo escurece.
Everton ainda não salvara O tempo e o diabo.
Ouve-se um tiro.
O prédio tranca a respiração.
Os ovos continuam fritando.
A água, fervendo.
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Os miolos da esposa de Andersom

Estacionou o carro desajeitado em frente de casa. Abriu o porta-malas. Abriu a caixa de ferramentas. Fechou tudo. Soltou a gravata. Pegou o envelope sobre o banco do passageiro. Bateu a porta do automóvel. Acionou o alarme. Meteu a chave na fechadura. Entrou. Largou o envelope na mesa. Duas fotografias escorregaram de dentro. Subiu as escadas de carpete fofo. Ela estava no banho. Hitchcock, lembrou. Deu-lhe dezoito marteladas na cabeça.